Programa em família é uma das coisas mais proveitosas nestes tempos atribulados. Juntar pequenos motivos para estar junto daqueles que são testemunhas dos momentos mais íntimos e partilhar outro momento, agora externo, fora do invólucro, além das paredes.
O fato de tomar um caminho diferente do rotineiro às vezes é o suficiente, agora quando o destino deste é uma atração qualquer então a sensação beira a euforia.
Domingo, meio frio, tempo esquisito, juntamos nossos trecos e seguimos ao bairro de Higienópolis. Lugar que tem cara de inverno, o que combinava com o clima cinzento.
Os prédios sexagenários, a Praça Buenos Aires, a Rua Maranhão e sua silhueta indiscutível, tudo inspirava cultura e saudosismo, tudo junto.
O objetivo era chegar o quanto antes ao campus da FAAP e visitar a exposição “Vertigem” d’OSGEMEOS.
Primeiro encaramos uma boa fila, organizada, cheia de gente bonita e famílias como a nossa. Passados alguns longos minutos chegamos ao átrio do prédio destinado à exposição. Ali, logo de cara, pudemos apreciar portais, arcos e imagens que foram moldadas em gesso diretamente dos originais de igrejas mineiras, o barroco em pauta...bom, mas isso não era o foco. Cruzando o átrio e tomando à direita, já se percebia o burburinho da pequena multidão pasmada com o que via. Realmente uma explosão de cores realçada pela iluminação cenográfica.
No salão circular as pessoas se distribuíam observando as imagens e os objetos que se dispunham nas paredes, formando um imenso patchwork constituído de histórias e vivências.
Lá dentro o cheiro era bom, a temperatura era perfeita, a música era gostosa e as pessoas se comportavam bem...comportadas só no convívio, pois algumas instalações exigiam certo desprendimento, ou seja...vou tentar explicar: deitar-se em um carpete (pelúcia) vermelho, numa réplica de carro, feita em madeira revestida de latas, com bolinhas de gude, olhar pro alto e descobrir que onde deveria ser o teto na verdade é uma imensa cabeça (3,00m de altura e 1,30m de diâmetro aproximadamente) revestida internamente por um mosaico de espelhos cor púrpura. Isso é quase perder a compostura. Neste mesmo “carro-homem” era preciso ajoelhar-se e encostar um dos olhos num pequeno orifício (aberto no...”para lamas-ombro) para se deliciar contemplando um caleidoscópio de figura e tons amarelos, no mais abstrato e psicodélico termo possível.
Um barco, isso, um “barco-homem”, deitado, no meio dele uma “torre-farol-peito” que experimentava os visitantes que o seu interior desbravavam apagando e acendendo lâmpadas de cores diversas quando estes batiam palmas. Fora o telescópio giratório com uma câmera lá no alto que reproduzia as imagens do redor em um mini monitor LCD.
Poderia chamar de sutil e melancólico o efeito produzido pro algumas cristaleiras que abrigavam coleções de chaveiros e badulaques das décadas de 70 e 80. Lembram-se daqueles chaveiros de plástico que pareciam alicates presos a uma enorme mola, que agente pendurava no passante da calça e deixava aquela coisa pendurada parecendo uma alça de tomada...então.
Lá dentro ainda passei por um “sabão”, atendi ao celular e quando estava em meio a explicações do que estava fazendo, um segurança me bateu no ombro intimando-me a desligar, pois ali não se podia fazer isso...baita susto com a delicadeza do cidadão, bom, mereci o esporro.
Foi o último dia e por isso me dediquei a escrever aqui para me redimir de não ter ido antes e ter tido a oportunidade de aconselhar a todos que visitassem e aproveitassem a exposição.
Acho que pelo menos deixo uma provocação para que um dia, numa provável nova exposição vocês visitem e se inspirem com a arte desses meninos e principalmente com a verdadeira expressão da arte popular que vem direto das ruas.
O fato de tomar um caminho diferente do rotineiro às vezes é o suficiente, agora quando o destino deste é uma atração qualquer então a sensação beira a euforia.
Domingo, meio frio, tempo esquisito, juntamos nossos trecos e seguimos ao bairro de Higienópolis. Lugar que tem cara de inverno, o que combinava com o clima cinzento.
Os prédios sexagenários, a Praça Buenos Aires, a Rua Maranhão e sua silhueta indiscutível, tudo inspirava cultura e saudosismo, tudo junto.
O objetivo era chegar o quanto antes ao campus da FAAP e visitar a exposição “Vertigem” d’OSGEMEOS.
Primeiro encaramos uma boa fila, organizada, cheia de gente bonita e famílias como a nossa. Passados alguns longos minutos chegamos ao átrio do prédio destinado à exposição. Ali, logo de cara, pudemos apreciar portais, arcos e imagens que foram moldadas em gesso diretamente dos originais de igrejas mineiras, o barroco em pauta...bom, mas isso não era o foco. Cruzando o átrio e tomando à direita, já se percebia o burburinho da pequena multidão pasmada com o que via. Realmente uma explosão de cores realçada pela iluminação cenográfica.
No salão circular as pessoas se distribuíam observando as imagens e os objetos que se dispunham nas paredes, formando um imenso patchwork constituído de histórias e vivências.
Lá dentro o cheiro era bom, a temperatura era perfeita, a música era gostosa e as pessoas se comportavam bem...comportadas só no convívio, pois algumas instalações exigiam certo desprendimento, ou seja...vou tentar explicar: deitar-se em um carpete (pelúcia) vermelho, numa réplica de carro, feita em madeira revestida de latas, com bolinhas de gude, olhar pro alto e descobrir que onde deveria ser o teto na verdade é uma imensa cabeça (3,00m de altura e 1,30m de diâmetro aproximadamente) revestida internamente por um mosaico de espelhos cor púrpura. Isso é quase perder a compostura. Neste mesmo “carro-homem” era preciso ajoelhar-se e encostar um dos olhos num pequeno orifício (aberto no...”para lamas-ombro) para se deliciar contemplando um caleidoscópio de figura e tons amarelos, no mais abstrato e psicodélico termo possível.
Um barco, isso, um “barco-homem”, deitado, no meio dele uma “torre-farol-peito” que experimentava os visitantes que o seu interior desbravavam apagando e acendendo lâmpadas de cores diversas quando estes batiam palmas. Fora o telescópio giratório com uma câmera lá no alto que reproduzia as imagens do redor em um mini monitor LCD.
Poderia chamar de sutil e melancólico o efeito produzido pro algumas cristaleiras que abrigavam coleções de chaveiros e badulaques das décadas de 70 e 80. Lembram-se daqueles chaveiros de plástico que pareciam alicates presos a uma enorme mola, que agente pendurava no passante da calça e deixava aquela coisa pendurada parecendo uma alça de tomada...então.
Lá dentro ainda passei por um “sabão”, atendi ao celular e quando estava em meio a explicações do que estava fazendo, um segurança me bateu no ombro intimando-me a desligar, pois ali não se podia fazer isso...baita susto com a delicadeza do cidadão, bom, mereci o esporro.
Foi o último dia e por isso me dediquei a escrever aqui para me redimir de não ter ido antes e ter tido a oportunidade de aconselhar a todos que visitassem e aproveitassem a exposição.
Acho que pelo menos deixo uma provocação para que um dia, numa provável nova exposição vocês visitem e se inspirem com a arte desses meninos e principalmente com a verdadeira expressão da arte popular que vem direto das ruas.
Link imperdível: http://www.lost.art.br/osgemeos_vertigem_sp.htm
Programa em família já é bom, se for agregar cultura, melhor ainda né!
ResponderExcluirConcordo. E é indiscutivel a importancia destes passeios quando nossos filhos ainda são pequenos...eles crescerão com a cultura enraizada no seu dia-a-dia.
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