14 de setembro de 2011

A Horta!

A horta. Tinha lá, naquela casa enorme. Lá no fundo. Descia as escadas e pronto, o pé alcançava a terra. Tinha bananeira, mandioca, chuchu, mentruz.


Chuchu trepando no jirau, era orgulho dele. Mostrava pra mim o pendão em espiral da planta, como se fosse possível ouvir aquele ser se esforçando pra alcançar o lugar mais alto em busca do Sol.


Meu avô casou, teve filhos, teve inúmeros netos (Oi! Sou um!), plantou árvore, gravou disco e escreveu um livro. Magnífico! Quero fazer metade e já me realizarei!
Ele cuidava da horta como se fosse um solo sagrado (acho que era). Tinha a aventura noturna de caçar lesmas (blergh!) que avançavam com voracidade nas verduras de lá. Era uma ocasião emocionante (mas, lesmas?...sei lá era legal...).Foi nessa horta a festa junina. Noite mais longa e inesquecível da minha infância. A fogueira, as pessoas, a alegria e a minha jaqueta com couro de vaca nos cotovelos (lindíssima!!).
Ele se foi e pouco nos falamos de homem pra homem. Certeza que me abriria os olhos pra muitas agruras!


Compreendi muito pouco dele enquanto éramos próximos.
Talvez possa melhorar essa sensação.


Duvido.