1 de setembro de 2010

Barbara!


Estava num dia comum experimentando o Twitter. Comecei, como muitos, a seguir nomes conhecidos da mídia e que tivessem importância na minha vida ou naquele momento. Descobri, então, que os importantes raramente enxergarão seus posts no meio da enxurrada de mensagens da multidão de seguidores que eles tem. Bom, acabei por conquistar alguns amigos por lá (sim, eu considero amigos no Twitter!). Daquela época ainda tem: o @Bobfilho , o @LuizAlper , o @FrankRosolino , o @alaorcoutinho , a @danicascaes , a @Janemurback , a @lubrasil , a @crisbordignon , a @mcparoni , a @lianamachado, a @pinkywainer ...e um monte de gente que vai reclamar que eu não citei aqui, é certo. Existem pessoas que sigo gratuitamente (sigo sem ser seguido), por conta do conteúdo ou de admiração. Tem uma dessas pessoas importantes que nos enxerga no Twitter, aliás vai além disso (calma que eu explico!). A Barbara Gancia. Desde que conheci a coluna Barbara Responde na revista da Folha, no início dos anos 90, venho acompanhando as aparições dela. Pegava o jornal de domingo e guardava a revista para ser lida durante a semana e guardava pro fim a coluna da Barbara, pois sempre me diverti com a deliciosa malícia de suas respostas para as diversas e absurdas perguntas. Guardava para ler a coluna Barbara Responde como se guarda a última colherada de um doce, aquela porção que prolonga a diversão, sabe?
Aí vem a possibilidade de contato, Barbara não demorou em usar o Twitter para alimentar a coluna, assim ó: “Vai, enviem perguntas. As melhores eu publicarei na coluna.” Corri para bolar umas 3 ou 4 e enviei.
Domingo seguinte, corri na banca e comprei o jornal. Contrariando a tradição, fui direto na revista ler a coluna. Estava lá, publicada, minha pergunta absurda e a resposta arrasadora da Barbara.
Foi um dos momentos mágicos na vida de um cidadão. Virei celebridade (efêmera) na família naquele domingo de sol.
Pouco tempo depois, a Rosélis (minha esposa) esteve em um evento num shopping aqui de São Paulo. Ela e duas amigas notaram uma pessoa fazendo entrevistas aleatórias com garotas que ali estavam (tratava-se de uma pré-estréia de um filme jovem). Rô (para os íntimos) comentou para as amigas:
- Gente! Conheço aquela voz! (inconfundivelmente rouca)
Nem terminou o comentário e “PAF!!” lá veio a dita cuja com um treco tecnológico empunhado pra gravar a entrevista com elas.
Fez uma entrevista rápida e objetiva como deve ser para um programa de rádio (“Barbara Cidade” na Band News FM).
Rô (que também é fã) teve uma chance e tietou:
- Sabe que sou sua fã? Mas conheço um cara que vai ficar doido quando souber que te encontrei. Inclusive pouco tempo atrás ele enviou uma pergunta pra sua coluna.
Bárbara olhou pra ela e sem pestanejar cravou:
- O Rubem Leme! Você tem cara de mulher do Rubem!
Segue-se uma porção de gargalhadas, exclamações e “UHUUs” possíveis.
Momento que está sempre na ponta da língua pra contar em qualquer ocasião. Ainda hoje me arrepio quando lembro que meu telefone tocou aquela noite e a Rô me contou com riqueza de detalhes a cena inusitada.
Agora toda vez que vejo algo ou ouço a Barbara Gancia, logo penso:
- Ói lá! Minha amiga! (Desculpa, eu me permito!)

*A coluna “Barbara Responde” você encontra hoje no Blog da Barbara, aqui: http://blogdabarbara.folha.blog.uol.com.br/

** Pergunta e resposta da coluna:

- Até quando o Pelé se acreditará cantor, o Lula, comentarista de futebol, e a Ana Maria Braga, a Madonna?"
Rubem Leme

PERDER O'LEME,
Eles só deixarão de insistir na mesma tecla quando o Roberto Justus abdicar da escova, o Silvio Luiz virar professor de etiqueta e o "Big Brother Brasil" passar a recrutar intelectuais.